terça-feira, 27 de maio de 2014

O jogo é fácil, mas tem que saber jogar...103

Véspera de aniversário. 10:59 no computador, como um bom carioca nos dias de chuva. Já com saudades do Sol da quinta passada, quando comecei a jogar altinha lá pelas 15h, liberada pelo “bom senso”, já que a praia não anda lotada.

PXE e o helicóptero, aos 42 s, na abertura da 3ª temporada

Descansava dos primeiros jogos do dia, quando vi dois caras jogando super bem, no meio de tantas rodas completas. Me posicionei perto do mar e perguntei se podia somar, recebendo a bola em seguida. Ela foi e voltou umas 3 vezes e a energia fluiu.  Recomeçamos, quando lancei um “helicóptero” na minha vez. O amigo da ponta direita gritou “QUE ISSO!?”, como se tivesse visto um ET (é a segunda vez que isso acontece e o 17º helicóptero saiu na quarta). Meu pé passou raspando, caí no chão e já me levantei pra pegar a bola. Voltei rindo pro jogo, explicando do que se tratava e prosseguimos. 


Santana dá o nome e também joga no segundo capítulo!

Santana, o jogador mais antigo da área, chegou pra completar a altinha. Éramos 4 e o jogo fluiu perfeitamente por uns 5 minutos, com muita bola no ar e jogadas extremas.

Do nada, aparece um “quinto elemento”, pedindo pra jogar já dentro da roda. Nessas horas, pelo bem da altinha, é necessário pensar se vale sacrificar um jogo excelente, pra entrada de um novo elemento, mesmo que seja um craque. Infelizmente, os “donos” da bola não barraram o sujeito. Eu ainda tentei educadamente pedir pra que encontrasse um trio e fechasse uma roda, mas ele queria ficar ali. E ficou, ao lado do Santana.

Pra nossa infelicidade, o cara ainda era ruim de bola. Acertou umas duas jogadas na sorte que me deram a impressão de estarmos numa pegadinha, com algum jogador desconhecido da seleção (são todos desconhecidos pra mim) disfarçado de Gargamel com papai Smurf. Acertou também o pé do Santana, que foi dando espaço ao perna de pau, mas não saiu dali.

O jogo perfeito se tornara um tormento. O mar estava convidativo e não pensei duas vezes.
Depois do mergulho, voltei pra minha base e de longe, vi o jogo anterior fluindo com apenas 3. Completei por um tempo até a saída dos 2 primeiros. Fiquei jogando com o Santana quando apareceu um “terceiro” elemento. Um fotógrafo se apresentou pedindo pra tirar umas fotos e eu disse que tava ok por mim. O jogo não fluía e o “terceiro” elemento tentou botar ordem na casa, pedindo mais concentração e menos interesse na mídia, querendo me culpar. Falei que mídia era algo normal pra mim, que não tinha medo de atuar na frente ou por trás das lentes. A altinha do lado fluía com 3 cabeças, vazei pra lá, fechando o número ideal. A bola subiu e diversão, era só o que eu queria!


CAP 103 - Diversão é tudo!

Aproveitando o caso supra citado, a altinha parece um jogo simples e realmente é. Idade, sexo e raça não definem quem pode jogar, mas você sempre será julgado quando entrar no jogo. Todo mundo foi um novato um dia, mas independente disso, a bola tem que ficar no ar e ninguém está afim de sacrificar um jogo bom dando aula.

Quatro é o número ideal de jogadores na minha concepção. Cinco complica quando sobra gente, mas nem todos recebem a bola. Tem gente que até prefere 6 na roda, como a Pelézinha, ou Carla, uma menina que tinha lugar garantido em qualquer altinha por volta de 2009/2010.

 Não encontrei o vídeo da BBC que chamam a Carla de Pelézinha...

Humildade é importante, mas isso não vai garantir seu lugar na altinha se a bola cair o tempo todo. Criticar por criticar também não ajuda, mesmo que você seja o melhor. E se você não for o melhor e ainda criticar, vai acabar fazendo freestyle....rs

Se o jogo estiver fluindo, pense duas vezes antes de entrar. Bom senso é tudo na vida e na altinha!


 A altinha mais radical de todos os tempos continua imbatível!
2:07 s de bola no ar!!!


sábado, 10 de maio de 2014

Maconha e esportes...102



Acabei de voltar da 12 ª Marcha da Maconha do Rio de Janeiro. A festa que não tinha hora pra acabar no Arpoador, acabou não rolando por causa da chuva. Voltei encharcado e mais criativo.

Informação de sobra na Marcha da Maconha do Rio de Janeiro!


Deu saudade do sol? Clica aí...

Emendei na finalização do ensolarado capítulo 102 de Ipanema Allteen e viajei na temática maconha e esportes, já que estamos sediando uma etapa do WCT, circuito mundial de surf, na Barra da Tijuca.

Nos anos 80, surf era considerado esporte de “vagabundo”.  Todo surfista tinha fama de maconheiro, mas olha só que ironia, hoje vemos até marcas de cerveja patrocinando os campeonatos (meio nada a ver na minha concepção). A grana de patrocinadores como esses, até então inusitados à cena, ajudaram a “glamourizar” o esporte e transformar surfistas em popstars.

Faz tempo que não acompanho as novidades desse mundo, mas pensando nas cifras envolvidas e no nível de competição dos dias atuais, me pergunto se os surfistas profissionais continuam sendo maconheiros, como pregava o estereótipo nos anos 80, já que a ASP adotou os testes anti-doping recentemente, para punir surfistas que estivessem usando estimulantes e drogas recreativas como a maconha. O mais engraçado é imaginar qual vantagem ela traria pra um surfista numa competição tão acirrada, já que a erva dá aquela relaxada. Na verdade, lá fora existem trocentos tipos de erva e cada uma age de um jeito, mas ainda assim, competição exige foco total. Enquanto continuamos no prensado graças à política proibicionista que impera no mundo.


Kelly surfando "The Box", em Margareth River. Surfei aí em 2001!

Hipocrisias à parte, o 11x campeão mundial Kelly Slater comentou sobre o caso do snowboarder Rossi Rebagliati, que ganhou a prova de slalom masculino no Winter Games de Nagano e foi pego nos testes, pelo uso da erva sagrada.

“Será que a maconha ajudou ou atrapalhou? Eu acho que teria o desacelerado”, comentou Slater sobre o episódio. Fonte: LAYBACK

E o futebol? Imagine se os 22 jogadores dos dois times fumassem uma bomba e entrassem em campo. Teríamos um jogo mais criativo e com mais gols ou um bando de palermas batendo cabeça, seguindo a velha imagem de bobões que os proibicionistas atrelaram aos efeitos da planta. De qualquer maneira, o futebol americano tem visto a erva com outros olhos, e a NFL cogita liberar maconha medicinal para os jogadores.


Enfim, a parte boa dessa história é que não existe anti-doping na altinha. E a criatividade continua imperando!

 O teaser é um festival!

quinta-feira, 1 de maio de 2014

A reinvenção do helicóptero...101



Rio de Janeiro, 1º de Maio de 2014

Comemorei o Dia do Trabalho como uma quinta feira qualquer: na praia de Ipanema. A pedida inicial era um rolé de long, mas o SOL deu as caras e eu não sou doido de dizer não a Deus.

Falando em Deus, tivemos aquela conversa com JAH e já entramos em campo. Ou melhor, na areia. PXE x Botocarioca. O jogo já começou nervoso e teve a participação do Romero, (representando a família BrownieMaria-Joana) que não jogava há algum tempo, como ele mesmo disse. Os três estavam funcionando bem, mas fechamos a altinha com quatro, na entrada de Rodney, que até então eu não conhecia, nem tinha jogado. Romero pediu pra assumir a lateral, batendo de frente com o BC. Fiquei colado no mar, de frente para os prédios. Encurtando a conversa, acertei um helicóptero perfeito. É possível que você nunca tenha ouvido falar dessa manobra ou até visto, porque até onde eu sei, só dois caras são capazes de executá-la. Bati certinho na bola e ouvi o novato gritar “QUE ISSO!”. BC interceptou a bola, passando para Rodney, que devolveu uma bola simples, caindo numa chilena que BC tentou aplicar pra bater de frente com o meu helicóptero. Só tive de tempo de levantar e comemorar, pra pular no mar em seguida.

É muito louco chegar aos 40 inovando o esporte que vai dominar o mundo. Inventar manobras não é algo tão fácil, mas penso nisso o tempo todo e provavelmente, isso tem a ver com o skateboard, que pratico desde 1986. Fiz street durante 10 anos seguidos, vivi toda a evolução do esporte, desde as manobras paradas até os flips, que hoje são ainda mais variados. Mas onde eu queria chegar? Aprendi muitas manobras vendo vídeos de skate, através de fitas VHS vindas direta dos EUA, o país de origem do "surfe sobre rodas". E um dos meus maiores professores foi Rodney Mullen, um gênio do freestyle, que acabou se tornando um dos maiores skatistas overall, isto é, adaptável a qualquer terreno, de todos os tempos!

De volta ao Rio de Janeiro, chegamos ao capítulo 101 de Ipanema ALL TEEN, o primeiro jogo da 3º temporada, que traz 3 boas seqüências (19s, a menor, 40s, a maior) e nos destaques, chilenas e sharks da família guapuruvu.com.

 Pau-brasil (Caesalpiena echinata) - IAT 2014 / cap 100

O nome " helicóptero" foi invenção do Botocarioca, mas o primeiro esboço da manobra foi executado por mim, no verão de 2012, que aparece aos 3:03 s do capítulo 25 de Ipanema ALL TEEN, Gladiators da Maria+Joana. Esse jogo tava NERVOSO!!!




Rodney Mullen aparece neste vídeo executando duas manobras inventadas por ele:
o darkslide (10) e o semi-flip(1). Nos anos 90, eu acertava uns imposter flip (9)
na transição do bowl do Rio Sul, mas só fui descobrir o nome recentemente.



A altinha dos craques Ronaldinho, Roberto Carlos e Robinho é até bonita...


 Mas em Ipanema, o ritmo é outro!Aperte o play pra
conferir a altinha mais radical de todos os tempos. 2:07s!